sábado, 30 de maio de 2009

Amigo DJ

Esta quinta foi bem bacana. Fomos num bar na Vila Madalena onde um amigo ia discotecar. Amigos reunidos, cerveja e música, muita música. Pode haver coisa melhor nessa vida? Se a conta ainda estiver cheia, pronto, a vida fica perfeita...rs.

Enfim, o amigo DJ curte mesmo é MPB, nada a ver comigo, que, como todos sabem, tenho uma pegada totalmente roqueira. Mas não importa qual a pegada da balada, musica é sempre musica e na companhia dos amigos fica ainda melhor.

Ahhhhh, mas o melhor da festa, como sempre, acontece do meio para o final. Casa mais vazia, agora só restam mesmo os amigos e ai é hora de rolar de tudo. E eu pergunto, qual o som faz a cabeça da rapaziada "fim de Festa"? Lógico, o som dos anos 80, é claro. Moçadinha e tiazinhas como eu se acabavam ao som de Música Urbana, do Capital Inicial, ou Timidez, do Biquini Cavadão. Eu ainda pedi Plebe e Ira, mas não rolou. Finis Africae, Zero e coisas do tipo nem me atrevi a pedir (rs). OK! Ok! não posso reclamar, eles tocaram coisas que me fizeram voltar ao tempo, e com um choppinho a mais então, a "viagem" foi maravilhosa.

Alguém se lembra o que aconteceu no cenário musical desse pais quando o Capital lançou Musica Urbana? A molecadinha da época, simplesmente enlouqueceu. O que era aquilo? Passava os dias em frente a TV na esperança de ver o videoclip deles (era assim que se chamava os videos naquela época), em um dos vários programas do genero que existiam na época. Quem se lembra do Sergio Tastaldi e o seu "Clip Trip", com o Capivara, na TV Gazeta? ou o Serginho Caffe apresentando o Programa Super Special na TV Bandeirantes? Nossa, era muito bom. Ambos os programas eram diários, um no inicio da noite e o na hora almoço, repectivamente. Nossa, mas o melhor de todos era o semanal Som Pop, apresentado pelo Kid Vinil na TV Cultura, era exibido aos domingos. Quem se lembra disso?



Foi no Super Special que vi e ouvi pela primeira vez Severina, do The Mission. O vocalista e guitarrista da banda, Wayne Hussey era integrante de uma outra importante banda inglesa da época, o The Sisters of Mercy. Alguém se lembra disso? Nossa, eu fiquei enlouquecida por eles, pelo Mission. Na época desse sucesso todo, os caras vieram para o Brasil e se apresentaram três dias no Projeto SP. Se eu fui? Não só fui, como fui os três dias e na ultima apresentação eu ainda arrastei o meu pai para a Barra Funda (a casa fica lá). Era uma tentativa de fazê-lo entender o que é o rock e assim amenizar a encheção de saco...rs. Lembro-me como se fosse hj a cara dele no meio daqueles malucos todos. Ele curtiu, mas dias depois voltou a neurose. Ok. sem problemas... faz parte!

Para matar as saudades, achei um trechinho do programa...


Affff, viajei de novo. Mas voltando ao evento do DJ amigo...Quando ouvi os primeiros acordes de Timidez, pirei. Nesse momento fechei meus olhos, comecei a cantar e fui para longe, bem longe. Quando me dei conta estava lá, em plena adolescência, chorando pelo primeiro amor perdido, pelo difícil convívio com os pais, etc. Enfim, como a gente sofre nessa fase da vida, misericórdia! tudo é o fim do mundo. Porém, depois que passa ficam as boas lembranças de um periodo que sofremos pro tudo, e pior, sem saber por que. Pena que só conseguimos compreender o quanto tudo isso é maravilhoso anos depois. Ai já era!

Acho que meu texto hj está um pouco confuso. Não esquentem, estou em casa, catracada com uma garrafa de Malbec, portanto, peço a todos, paciência...rs. Brincadeiras a parte, me deu uma vontade louca de sair escrevendo e assim eu fiz, amanhã dou uma olhada e, se for preciso, dou um jeito no texto para, pelo menos, deixa-lo com uma sequência mais lógica. Afinal, não quero enlouquecer ninguém. Quero apenas conversar, falar sobre música, música boa, pois isso é uma das melhores coisas da vida... Música, amigos e é claro.... Amor!

Antes de encerrar preciso dizer que acabei de achar um site muito bacana. Saudosismo total. Navegar por ele fará vc encontrar coisas do tipo Bala soft; boneca fofolete (aquela da caixinha de fósforos); Balas Caramelo Nestle; Jogo War e muito mais. Vale muito a pena! http://www.memorychips.com.br/index1.htm.


Agora vou mesmo!

Bjos e boa noite!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Finis Africae

Falar das principais bandas da época é fácil. Todos se lembram. Sempre tem uma musica ou outra que marcou uma fato, um momento. Mas o legal disso tudo é falar das bandas que não tiveram um apelo comercial tão grande. Eu gostava muito de uma, também de Brasília, chamada Finis Africae, alguém se lembra? Banda um hit só, deixou saudade com a sua Armadilha...


Armadilha

Andando entre cacos me sinto em pedaços
E até hoje não sei dizer se está tudo acabado
Mas não troquei minha boca fechada pelas suas palavras vazias
Você me fez envelhecer, um ano a cada dia
Você me fez cair outra vez, na minha armadilha

Chego em casa tarde e ninguém me vê
Não há nada errado em não saber que fazer
Mas não troquei minha boca fechada pelas suas palavras vazias
Você me fez envelhecer, um ano a cada diaVocê me fez cair outra vez, na minha armadilha

Tinha o vinil dos caras... Adorava! Tudo bem, eu confesso: fui fã de uma musica só, mas e daí? eu tava lá, vivi, curti e hoje tenho saudades!

Na época eu tinha descoberto, por acaso, uma loja de discos no Center Norte chamada Studio 13. Achava o máximo comprar discos lá. Os LPs vinham com um plástico protetor personalisado com a logomarca da loja. Meu vinil foi comprado lá.

O som dos caras era bom, mas não vingou. Também, convenhamos: não deve ser nada fácil tentar dividir o espaço Renato Russo; Cazuza & Frejat; Herbert Vianna e oútras feras dos anos 80. Nossa sem falar que ainda tinha o furação RPM, vixi...covardia!...rs

Mas saibam que existe um site do Finis Africa. Verdade, dei um Google para pegar a letra de Armadilha para colcoar aqui e achei o site. Fraquinho, mas ele existe. Se alguém quiser dar uma conferida... http://br.geocities.com/finis_br/

terça-feira, 19 de maio de 2009

Plebe Rude

Como eu estava lá, nos anos 80, isso me faz hoje uma mulher de 38 anos, portanto não sou mais uma adolescente. Isso significa que tenho que correr atrás do "prejuizo", ou seja, preciso trabalhar, trabalhar muito para dar conta do recado. Essa volta toda foi só para dizer que se não tem um texto novo todos os dias, é porque realmente não deu e não porque não quis. Mas como hoje "está dando", vamos deixar de conversa furada e ir direto ao ponto que interessa: a década de 80 (rs).
Aqui, nesse universo que criei para relembrar os bons momentos, não quero ter a obrigação de seguir uma ordem cronológica. Vou escrever sobre fatos e momentos de acordo com as minhas lembranças e saudades. Talvez as pessoas que viveram os anos 80 possam entender a paixão que tenho por esse periodo. Tudo aconteceu na década de 1980. O cenário cultural passava por uma imensa transformação nos quatro cantos do mundo e no Brasil não foi diferente. A principio queria focar a "nossa discussão" no Rock Brazuka dos anos 80, mas ao navegar por 10 minutos no google, mudei de ideia. O Brasil desse periodo é extremamente rico e suficiente para abastecer esse blog por um longo periodo, mas eu quero mais.

Voltando aquela discussão entre amigos, apesar de entender o ponto de vista de cada um deles, a minha opinião é muito clara: cultura e musicalmente falando, acho difícil haver um outro momento tão rico como aquele. Se pensarmos em termos de Brasil, o primeiro e mais importante ponto que temos para analisar é o contexto político da época. Estávamos em plena ditadura militar, repressão total. Tudo era proibido. Tudo bem que esse foi um periodo bastante difícil para artistas e jornalistas, porque se você for falar com o meu pai, um simples bancário, ele com certeza vai dizer: eu tenho saudade da época da ditadura. Ele tinha um bom emprego, dava conta de sustentar a família com tranquilidade, e, financeiramente falando, nunca esteve tão bem. Mas como estamos falando de cultura e música e não de economia....

Tudo que surgiu naquela época era bom. A cada dia Brasília nos presenteava com o surgimento de mais uma banda formada na capital federal. Uma das minhas bandas favoritas do eixo Brasilia - Rio - São Paulo, é a PLEBE RUDE. Com nove discos lançados, o primeiro e mais importante LP da banda foi "O CONCRETO JÁ RACHOU", lançado em 1984.

1 - Até Quando Esperar
2 - Proteção
3 - Johnny Vai À Guerra (Outra Vez)
4 - Minha Renda
5 - Sexo e Karatê
6 - Seu Jogo
7 - Brasília

O álbum de estréia com certeza foi um dos grandes acontecimentos na época. Arthur Dapieve, autor do livro BRock: o rock brasileiro dos anos 80 escreveu: “O Concreto já rachou é sério candidato a melhor disco da história do Rock Brasileiro.” e ele tinha razão, tanto que a banda levou um disco de ouro pelo trabalho. Com quatro musicas de cada lado, os jovens garotos acertaram em cheio. Letra e melodia formavam um casamento perfeito em cada uma das canções. Gosto do álbum todo, mas "Brasilia" é a minha preferida, porem, "Proteção" é uma importante canção que retrata bem o Brasil daquele período.
Mas não da para falar de Plebe Rude e do memorável álbum de estréia sem mencionar a famosa e inesquecivel "Até quando esperar". Perfeita!!!



O segundo álbum da banda chegou às lojas em 1987. Com o título NUNCA FOMOS TÃO BRASILEIROS, o disco saiu do formato mini e para felicidade dos fãs trazia 11 canções.

1 - Bravo Mundo Novo
2 - Nova Era Techno
3 - 48
4 - Não Tema
5 - Censura
6 - Nada
7 - Nunca Fomos Tão Brasileiros
8 - A Ida
9 - Consumo
10 - Códigos
11 - Mentiras Por Enquanto


De novo, um trabalho perfeito, bom do começo ao fim. No entanto os detaques ficaram por conta das musicas: A Ida; Bravo Mundo Novo e Censura.

Dica: no site http://www.pleberude.art.br/index2.htm, alem de conhecer a história da banda e de cada musica, é possivel ouvir as canções e eles ainda disponibilizaram letras e cifras. Vale a pena dar uma conferida!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os anos 80 em discussão

A ideia desse Blog surgiu durante um encontro de amigos. Lá pelas tantas - e tantas cervejas - começou uma discussão sobre música. Um jovem de 25 anos que estava entre nós disse: nunca mais haverá um período tão rico, musicalmente falando, quanto a década de 1980. Com essa idade, convenhamos, ele não acompanhou muita coisa em tempo real. Um outro amigo, esse já na casa dos 30, concorda com a observação anterior. Porém, um terceiro colega, também na casa dos 30, disse que isso é muito relativo, pois cada geração falará a mesma coisa em relação a época por ela vivida. Depois desse sob som, o barraco estava armado. Todo mundo saiu falando, foi uma confusão. Óbvio, estávamos entre amigos, portanto, estamos falando de uma discussão saudável e totalmente pacífica...rs.

Acredito, sinceramente, que as duas observações estão corretas. Afinal, quem nunca ouviu o pai ou a mãe falando com saudades dos sucessos (musicais) da juventude deles? Isso nem tem o que discutir. Mas falando especificamente dos anos 80, o buraco é mais embaixo. Tudo bem, eu vivi os anos 80, eu estava lá, portanto, corro risco de estar defendendo a minha geração. É, pode ser. Mas na discussão em questão eu acho que vamos muito além disso. Enfim, o papo é longo. Mesmo porque, a década de 80 está mais viva do que nunca. A cada dia temos um CD / DVD de artistas da época sendo relançados ou artistas / bandas tentando resgatar suas carreiras, enfim. Seja como for, é muito difícil passar batido pelos anos 80.

O tal encontro aconteceu há mais um mês e eu até hoje não parei de pensar no assunto. Ai então pintou a ideia de criar um Blog para discutir o cenário musical dos anos 80. Sei que será difícil nos mantermos focados na música, então vamos falar de arte & cultura em geral.

A idéia aqui é levantar a discussão: o que os anos 80 representam para você? Vamos trocar figurinhas sobre as bandas, os shows, os discos lançados na época. Enfim, vamos resgatar toda uma geração. Vamos relembrar momentos importantes das nossas vidas. Acho que vai ser muito bom.

AH! outro ponto importante. Foi nos anos 80 que aconteceu um dos maiores festivais de rock de todos os tempos, o Rock in Rio. O que foi aquele festival, meu Deus! Até hoje não consegui me perdoar por ter apenas 14 anos na época e ter sido impedida pelos meus pais de ir para a cidade do Rock.

Toquei no assunto, pois um amigo me disse que ouviu um zum zum de que haverá uma nova edição do Rock in Rio em 2010. Se isso se confirmar, temos que promover uma campanha para que os organizadores tragam nomes que realmente mereçam fazer parte de um festival de Rock. A maioria das bandas que vieram em 85 ainda estão na ativa. Para mim, eles poderiam repetir os nomes do metal de 85 e acrescentar bandas como Metallica e Kiss que não viram na primeira vez.