terça-feira, 19 de maio de 2009

Plebe Rude

Como eu estava lá, nos anos 80, isso me faz hoje uma mulher de 38 anos, portanto não sou mais uma adolescente. Isso significa que tenho que correr atrás do "prejuizo", ou seja, preciso trabalhar, trabalhar muito para dar conta do recado. Essa volta toda foi só para dizer que se não tem um texto novo todos os dias, é porque realmente não deu e não porque não quis. Mas como hoje "está dando", vamos deixar de conversa furada e ir direto ao ponto que interessa: a década de 80 (rs).
Aqui, nesse universo que criei para relembrar os bons momentos, não quero ter a obrigação de seguir uma ordem cronológica. Vou escrever sobre fatos e momentos de acordo com as minhas lembranças e saudades. Talvez as pessoas que viveram os anos 80 possam entender a paixão que tenho por esse periodo. Tudo aconteceu na década de 1980. O cenário cultural passava por uma imensa transformação nos quatro cantos do mundo e no Brasil não foi diferente. A principio queria focar a "nossa discussão" no Rock Brazuka dos anos 80, mas ao navegar por 10 minutos no google, mudei de ideia. O Brasil desse periodo é extremamente rico e suficiente para abastecer esse blog por um longo periodo, mas eu quero mais.

Voltando aquela discussão entre amigos, apesar de entender o ponto de vista de cada um deles, a minha opinião é muito clara: cultura e musicalmente falando, acho difícil haver um outro momento tão rico como aquele. Se pensarmos em termos de Brasil, o primeiro e mais importante ponto que temos para analisar é o contexto político da época. Estávamos em plena ditadura militar, repressão total. Tudo era proibido. Tudo bem que esse foi um periodo bastante difícil para artistas e jornalistas, porque se você for falar com o meu pai, um simples bancário, ele com certeza vai dizer: eu tenho saudade da época da ditadura. Ele tinha um bom emprego, dava conta de sustentar a família com tranquilidade, e, financeiramente falando, nunca esteve tão bem. Mas como estamos falando de cultura e música e não de economia....

Tudo que surgiu naquela época era bom. A cada dia Brasília nos presenteava com o surgimento de mais uma banda formada na capital federal. Uma das minhas bandas favoritas do eixo Brasilia - Rio - São Paulo, é a PLEBE RUDE. Com nove discos lançados, o primeiro e mais importante LP da banda foi "O CONCRETO JÁ RACHOU", lançado em 1984.

1 - Até Quando Esperar
2 - Proteção
3 - Johnny Vai À Guerra (Outra Vez)
4 - Minha Renda
5 - Sexo e Karatê
6 - Seu Jogo
7 - Brasília

O álbum de estréia com certeza foi um dos grandes acontecimentos na época. Arthur Dapieve, autor do livro BRock: o rock brasileiro dos anos 80 escreveu: “O Concreto já rachou é sério candidato a melhor disco da história do Rock Brasileiro.” e ele tinha razão, tanto que a banda levou um disco de ouro pelo trabalho. Com quatro musicas de cada lado, os jovens garotos acertaram em cheio. Letra e melodia formavam um casamento perfeito em cada uma das canções. Gosto do álbum todo, mas "Brasilia" é a minha preferida, porem, "Proteção" é uma importante canção que retrata bem o Brasil daquele período.
Mas não da para falar de Plebe Rude e do memorável álbum de estréia sem mencionar a famosa e inesquecivel "Até quando esperar". Perfeita!!!



O segundo álbum da banda chegou às lojas em 1987. Com o título NUNCA FOMOS TÃO BRASILEIROS, o disco saiu do formato mini e para felicidade dos fãs trazia 11 canções.

1 - Bravo Mundo Novo
2 - Nova Era Techno
3 - 48
4 - Não Tema
5 - Censura
6 - Nada
7 - Nunca Fomos Tão Brasileiros
8 - A Ida
9 - Consumo
10 - Códigos
11 - Mentiras Por Enquanto


De novo, um trabalho perfeito, bom do começo ao fim. No entanto os detaques ficaram por conta das musicas: A Ida; Bravo Mundo Novo e Censura.

Dica: no site http://www.pleberude.art.br/index2.htm, alem de conhecer a história da banda e de cada musica, é possivel ouvir as canções e eles ainda disponibilizaram letras e cifras. Vale a pena dar uma conferida!

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